Cultura

Igreja e Convento de Santo António de Charnais

Igreja de Santo António de Charnais

Aldeia Galega deixou de ser sede de concelho por decreto de 24 de Outubro de 1855, data em que foi suprimido e anexado ao concelho de Alenquer. Dos testemunhos do antigo município de Aldeia Galega, destacam-se alguns monumentos relevantes pelo particularismo de que se revestem, nomeadamente o Pelourinho (classificado de Monumento Nacional por decreto de 16/6/1910) e a Igreja da Misericórdia, que se situam no Largo do Pelourinho e na proximidade da denominada Casa da Rainha.

Arquitetura religiosa setecentista: igreja de planta retangular, apresenta volumetria paralelepipédica, desenvolvendo-se a cobertura em duas águas. Com pano de muro em reboco pintado e cunhais em cantaria, o edifício apresenta fachada principal a SE, rasgado a eixo por portal de verga reta com emolduramento simples de cantaria apenas animado pela sugestão de pequenos capitéis ao nível das pilastras.

O portal é ladeado e encimado por janelas de peito de emolduramento análogo e malheiro de ferro. O edifício tem remate superior definido por cornija continuada acima da qual se eleva, na fachada principal, frontão triangular com óculo ao centro. O interior encontra-se completamente adulterado pelas diferentes utilizações a que o espaço foi sujeito, não sendo já possível o reconhecimento de qualquer elemento pertencente à estrutura primitiva.

Cronologia 

Séc.18 – provável construção da igreja
1989 – o edifício funcionava como arrecadação/adega
1995 – doação do edifício à Santa Casa da Misericórdia de Aldeia Galega da Merceana
2007 – obras de recuperação do edifício e adaptação ao uso de Centro Social e Cultural

 

Convento de Santo António de Charnais

História

O Convento de Santo António de Charnais foi fundado pelos Frades Franciscanos no século XVII e nele está integrada a Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Aldeia Galega da Merceana. Estes edifícios possuem um dos mais valiosos conjuntos de azulejaria do concelho de Alenquer. A Igreja, com acesso por uma galilé abobadada, tem uma única nave. O tecto é em abóbada de berço que, na Capela-Mor ainda apresenta restos de pintura a fresco. As paredes interiores estão ornamentadas com azulejos setecentistas que formam dezoito painéis recortados que ilustram histórias de milagres e outras cenas da vida mística dos Franciscanos. Na parede do lado direito está implantado um púlpito, obra em talha do século XVIII em cores azul e ouro, tal como os dois altares colaterais. Desse mesmo lado estão os três confessionários dos Frades, abertos, sem porta e forrados também no seu interior com azulejo de desenho muito simples dos fins do sec. XVIII. O altar-mor é igualmente em talha setecentista em cores verde e ouro, com colunas caneladas. Pelo lado direito da já referida galilé e passando através da portaria revestida de azulejo, temos acesso às dependências do convento, em cujos tectos ainda são visíveis pinturas a fresco. Um pouco por todo o edifício conventual é possível observar inúmeros azulejos de albarradas do sec. XVIII.

Cronologia

1598 – fundação do convento de Santo António de Charnais de frades capuchos (ordem de São Francisco), mediante a necessária autorização do rei Filipe II, iniciando-se nesta data as obras;

1602 – doação de 5000 cruzados para a edificação do convento pelo chanceler-mor do conselho del-rei D. Filipe, Damião d’Aguiar, pelo que os frades lhe concedem o padroado do convento, bem como a capela-mor da futura igreja conventual para local perpétuo de sua sepultura, de sua mulher e de seus descendentes;

1606, 16 Abr. – lançamento da 1ª pedra da igreja conventual com cerimónia na qual prega Fr. Gaspar da Carnota;

1656 – data de lápide sepulcral (de João Lopes Fernandes e de sua mulher Isabel de Barros) integrada no pavimento do presbitério da igreja; Séc. 18, início – campanha de ampliação da parte norte do complexo conventual com a construção do corredor, sacristia e pequena capela junto da portaria, cujo tecto ostenta o emblema heráldico do provável patrocinador da obra, D. João Rolim de Moura (da casa de Azambuja) e de sua esposa, D. Antónia Maurícia da Silva;

1713 – doação, por D. João Rolim de Moura, dos ornamentos para a capela de São João Baptista da sacristia, bem como de numerosas obras para a livraria conventual;

1714 – data nas folhas da porta da sacristia, a qual corresponderá provavelmente à conclusão das obras da campanha de ampliação;

1760 – data inscrita na porta da igreja; Séc. 18, 2ª metade – campanha de enriquecimento artístco, responsável designadamente pelos elementos de talha pintada e dourada que se observam na igreja conventual, como o retábulo do altar-mor, os altares colaterais e o púlpito;

1789 – data na porta da capela da Ordem Terceira de São Francisco;

1834 – decreto liberal da expulsão das ordens religiosas de território nacional, determina o abandono do complexo conventual pelos frades capuchos;

1838, 30 Jul. – carta de lei que determina a entrega do antigo convento à Santa Casa da Misericórdia de Aldeia Galega da Merceana (fundada em 1520), que aí instala um hospital;

1860 – constituição da Irmandade da Misericórdia de Aldeia Galega da Merceana e elaboração do texto do seu 1º compromisso;

1862, 13 Jan. – aprovação e confirmação por decreto (de D. Luís I e assinado pelo fiscal da Coroa, o marquês de Loulé) do 1º compromisso da Misericórdia de Aldeia Galega da Merceana;

1933, 1 Nov. – instituída a distribuição gratuita de sopa às crianças pela Misericórdia de Aldeia Galega, por iniciativa da viscondessa da Merceana; 1980 – no antigo convento passa a funcionar um lar de terceira idade.

Centro Social e Cultural

O Centro Social e Cultural de Aldeia Galega foi inaugurado no dia 26 de Outubro de 2007, está radicado numa antiga igreja , inserida no espaço administrativo do então concelho de Aldeia Galega, sendo este mesmo espaço a antiga sede da Misericórdia até 1838.

O Centro Social e Cultural representa uma aposta clara da Misericórdia na salvaguarda do seu património, adaptando-o aos constantes desafios da sociedade e dando resposta às suas mudanças e necessidades.

O CSC procura dar maior qualidade de vida e bem-estar à comunidade. Através dos vários serviços, respostas sociais e atividades de expressão cultural, pretende contribuir para uma maior integração e coesão social. Envolver a comunidade ativamente na vida da Instituição, desenvolvendo competências cívicas e ajudando a encontrar soluções criativas para a resolução de novas necessidades.

Conexão

Conexão

Mesmo carregando na bagagem o peso de múltiplas histórias, eles ainda continuam a investir no amor, na alegria e na amizade. https://www.youtube.com/watch?v=LnKH6EA2piI  

Memórias de Alenquer

Memórias de Alenquer

Partilha e registo de memórias e expressões da tradição oral. Relatos sobre as festividades locais, lendas, orações, poesia e muitas outras manifestações da cultura popular local. Agostinho Correia https://www.youtube.com/watch?v=OE4zQN7D-jI...

Dress Code e Imagem

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Achas que uma imagem vale mais do que mil palavras? No dia 7 de Junho junta-te a nós para uma conversa informal sobre o tema.